Cheguei na loja de brinquedos empolgada, mas logo fui tomada por uma angústia lacerante. Eu nunca havia comprado nenhum brinquedo para o meu filho, ele já estava com quase 1 ano e eu não fazia ideia do que comprar!
Vasculhei as prateleira e não encontrei nada que o Samuel fosse capaz de brincar...Chorei, chorei como um bebê na loja de brinquedos, queria sumir, queria colocar ele na minha barriga de novo e trazer ao mundo um bebê que fosse capaz de brincar como qualquer brinquedo!
Acabei comprando um chocalho musical em forma de abelha para crianças bem menores. Ele gostou, eu não.
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Enfim ele estava matriculado na creche municipal, onde ficava 10 horas por dia, isso mesmo, EU DISSE 10 HORAS!!!
Durante o primeiro ano nessa escola, eu fui completamente ausente física e emocionalmente, mas não sentia isso, tinha o raciocínio de que era um privilégio eu ter conseguido a matricula na creche então poderia trabalhar tranquilamente.
Ele tinha 1 ano completo e ainda mamava no peito; chegava em casa e eu cumpria meu papel de PEITO. Pois nossa relação afetiva resumia-se à amamentação. Eu me sentia realizada com isso, não notava meu distanciamento.
No meio deste mesmo ano (2013), iniciamos a fisioterapia. No inicio, minha mãe o levava para eu poder trabalhar 8 horas. Mas chegou o momento que ela indiretamente se queixava da distância e das sessões não serem tão produtivas. Ela pegava quase 2 horas de trânsito para ficar 30 minutos em atendimento com a fisioterapeuta. Realmente era pouco produtivo e bastante cansativo.
Aconteceram alguns problemas burocráticos na escola em que eu trabalhava e era hora de decidir se continuava trabalhando 8 horas na coordenação ou voltava para a sala de aula com 2 horas a menos de labuta.
Decidi voltar pra sala, decidi acompanhar meu filho na fisioterapia...Iniciou-se o processo de consciência da minha condição materna.
Enquanto isso , eu não tinha noção das coisas que aconteciam com o Samuel na escola. A essa altura todos os seus colegas já andavam a tempos e ele ainda nem sequer sentava.
Um certo dia, encontrei dentro da agenda do meu filho um encaminhamento médico da escola, alegando que ele não comia há dias e estava bastante resfriado (tosse, corisa...), eu sabia do que se tratava esse encaminhamento porque por várias vezes eu entreguei nas mãos de mães relapsas na escola onde trabalhava e somente as mães mais negligentes recebiam tal documento. Foi a primeira vez que fui confrontada com minha maternidade ausente. Fiquei furiosa!
Escrevi um bilhete indignada! Questionando o porquê de eu não ter sido avisada antes do ato de ele não estar comendo, falei que ele estava bem e só porque ele é dierente , elas estaria o considerando "mais doente que os outros".
É claro que me chamaram na escola para uma reunião. Elas nem me deixaram falar (na verdade, quando se trata da escola do Samuel, sou melhor com palavras escritas que faladas), e me disseram que a acusação contida naquele bilhete era muito grave; eu estaria acusando elas de preconceituosas. Me mostraram uma pasta cheia de encaminhamentos médicos de outras crianças e me falaram que o Samuel era um dos alunos que menos ficava doente. Estremeci.
No dia seguinte, ele realmente teve febre, ficou doente de verdade. As professoras tinham razão ?
Continua...
A difícil missão de ser mãe... As vezes me ví meio relapsa, as vezes a correria acaba fazendo com que nem percebamos...
ResponderExcluirAline vc deveria escrever um livro com essas experiências sabia?... você descreve tudo que a gente pensa mas não sabemos ou temos vergonha de confessar..srrsrs.
ResponderExcluirBeijos e doida pra ler a continuação.. se fosse livro iria ler tudo hoje..srsr
Esqueci de falar.. seu filho é um fofo... quando vejo ela na foto dá uma vontade de dar agarrão nele..srrs
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